terça-feira, 5 de maio de 2009

ATIVIDADE FÍSICA: Benefícios e Orientações


Por: Thiago Luiz Queiroz Ferreira

A prática regular de atividade física sempre esteve ligada à imagem de pessoas saudáveis. Antigamente, existiam duas idéias que tentavam explicar a associação entre o exercício e a saúde: a primeira defendia que alguns indivíduos apresentavam uma predisposição genética à prática de exercício físico, já que possuíam boa saúde, vigor físico e disposição mental; a outra proposta, dizia que a atividade física, na verdade, representava um estímulo ambiental responsável pela ausência de doenças, saúde mental e boa aptidão física. Hoje em dia, sabe-se que os dois conceitos são importantes e se relacionam: a constituição genética e as condições ambientais.
A Atividade Física é definida como qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulte em gasto energético maior que os níveis de repouso. Podemos acrescentar que é também qualquer esforço muscular pré-determinado, destinado a executar uma tarefa, seja ela um "piscar de olhos", um deslocamento dos pés, e até um movimento complexo de finta em alguma modalidade esportiva. Modernamente, o termo refere-se em especial aos exercícios executados com o fim de manter a saúde física e mental, em outras palavras, a "boa forma".
O ser humano foi preparado para um tipo de vida extremamente ativa do ponto de vista físico e a vida moderna mudou radicalmente esta perspectiva. Este fato trouxe importantes implicações sobre o padrão de doenças e também na associação entre hábitos de vida e saúde.
No Brasil, o sedentarismo é um problema que vem assumindo grande importância. As pesquisas mostram que a população atual gasta bem menos calorias por dia do que gastava há 100 anos, o que explica porque o sedentarismo afetaria aproximadamente 70% da população brasileira, mais do que a obesidade, a hipertensão, o tabagismo, o diabetes e o colesterol alto. O estilo de vida atual pode ser responsabilizado por 54% do risco de morte por infarto e por 50% do risco de morte por derrame cerebral, as principais causas de morte em nosso país.
Os indivíduos mais sujeitos ao sedentarismo são: mulheres, idosos, pessoas de nível sócio-econômico mais baixo e os indivíduos incapacitados. Observou-se que as pessoas reduzem, gradativamente, o nível de atividade física, a partir da adolescência. Pessoas de todas as idades, que estão de um modo geral inativas fisicamente, podem melhorar sua saúde e bem-estar ao praticar atividade física moderada regularmente. A nossa saúde está relacionada diretamente à nossa atividade física.
A prática regular de exercícios físicos acompanha-se de benefícios que se manifestam sob todos os aspectos do organismo. A redução dos níveis de ansiedade, stress, das náuseas e da dor, um sistema imunológico fortalecido, tornando o organismo menos sujeito a doenças, são alguns desses benefícios adquiridos com a prática de uma atividade física regular, sendo a inatividade física associada a dietas inadequadas, ao tabagismo, ao uso do álcool e outras drogas, um fator determinante na ocorrência e progressão de doenças crônicas que trazem vários prejuízos ao ser humano, como por exemplo, redução na qualidade de vida e morte prematura nas sociedades contemporâneas.
Uma atividade física regular pode melhorar sua saúde e reduzir os riscos de morte prematura das seguintes formas:
· Reduz o risco de desenvolver doença cardíaca coronária e as chances de morrer disso;
· Reduz o risco de infarto;
· Reduz o risco de ter um segundo ataque cardíaco em pessoas que já tiveram um ataque;
· Diminui tanto o colesterol total quanto os triglicérides, e eleva o bom colesterol (HDL);
· Diminui o risco de desenvolver pressão alta;
· Ajuda a reduzir a pressão arterial em pessoas que já têm hipertensão;
· Diminui o risco de desenvolver diabetes tipo II (não dependente de insulina);
· Reduz o risco de câncer de cólon;
· Ajuda as pessoas a conseguir e manter um peso ideal;
· Reduz os sentimentos de depressão e ansiedade;
· Promove o bem-estar psicológico e reduz sentimentos de estresse;
· Ajuda a construir e manter articulações, músculos e ossos saudáveis;
· Ajuda pessoas mais velhas a ficarem mais fortes e serem mais capazes de moverem-se sem cair ou ficar excessivamente cansadas.
A atividade física pode também exercer efeitos no convívio social do indivíduo, tanto no ambiente de trabalho quanto no familiar.
Interessante notar que quanto maior o gasto de energia, em atividades físicas habituais, maiores serão os benefícios para a saúde. Porém, as maiores diferenças na incidência de doenças ocorrem entre os indivíduos sedentários e os pouco ativos. Entre os últimos e aqueles que se exercitam mais, a diferença não é tão grande. Assim, não é necessária a prática intensa de atividade física para que se garanta seus benefícios para a saúde. Atividades que consomem mais energia podem ser realizadas por menos tempo e com menor freqüência, enquanto aquelas com menor gasto devem ser realizadas por mais tempo e/ou mais freqüentes.
A escolha da atividade física a ser desempenhada é feita individualmente. A escolha passa pela interpretação do estado de saúde, nível de condicionamento físico, objetivos perante a prática das modalidades e afinidades pessoais. Com a união desses fatores, aumenta-se a possibilidade de permanência do estilo de vida ativo.

• Preferência pessoal: o benefício da atividade só é conseguido com a prática regular da mesma, e a continuidade depende do prazer que a pessoa sente em realizá-la. Assim, não adianta indicar uma atividade que a pessoa não se sinta bem praticando.
• Aptidão necessária: algumas atividades dependem de habilidades específicas. Para conseguir realizar atividades mais exigentes, a pessoa deve seguir um programa de condicionamento gradual, começando de atividades mais leves.
• Risco associado à atividade: alguns tipos de exercícios podem associar-se a tipos de lesões em determinados indivíduos que já são predispostos.

A opção por uma ou outra forma de atividade física deve ficar por conta do prazer que cada pessoa encontra na sua prática. Seria interessante incluir a variabilidade na escolha (praticar mais de um tipo de atividade), associando o trabalho aeróbico com o trabalho de força ou localizado, e o trabalho de flexibilidade, formando um programa completo em termos de promoção da saúde.
A prática de atividade física deve ser sempre indicada e acompanhada por profissional qualificado, incluindo médicos, fisioterapeutas e profissionais de educação física. Caso sinta algo diferente é mandatório informar ao responsável. Outro ponto importante, que não deve ser esquecido, é a adoção de uma alimentação saudável. E lembre-se: beba muito líquido (de preferência água e sucos naturais).
A atividade física consiste em exercícios bem planejados e bem estruturados, realizados repetitivamente. Eles conferem benefícios aos praticantes e têm seus riscos minimizados através de orientação e controle adequados. Esses exercícios regulares aumentam a longevidade, melhoram o nível de energia, a disposição e a saúde de um modo geral. Afetam de maneira positiva o desempenho intelectual, o raciocínio, a velocidade de reação, o convívio social.
Mas o que deve ser ressaltado é o investimento contínuo na qualidade de vida, onde as pessoas devem buscar formas de se tornarem mais ativas em suas rotinas diárias, subindo escadas, saindo para dançar, praticando atividades como jardinagem, lavando o carro, passeando no parque.
A palavra de ordem é Movimentar-se.


Thiago Luiz Queiroz Ferreira
Fisioterapeuta e Terapeuta Holístico
Especialista em Terapias Manuais

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