quinta-feira, 21 de maio de 2009

MEU FILHO NÃO ESTÁ FALANDO BEM, E DAÍ?


Por: Marisa S. Viana

Logo que a criança nasce, há toda uma expectativa para ouvi-la falando. O choro é a primeira manifestação de voz, inclusive com bastante significado para as mães. Depois disso vem o balbucio, aquele bla-blá de sílabas e por volta de um ano as primeiras palavras vão sendo reconhecidas, para a alegria de todos.
È natural que as crianças falem de forma mais simplificada no início, entretanto, espera-se que por volta dos 5 ou 6 anos ela já esteja falando todos os sons da língua – inclusive os encontros consonantais.
Não é necessário aguardar esta idade para verificar se há algum problema com a fala da criança. A simples comparação com outras crianças da mesma idade, podem servir de parâmetro para os pais e professores, levando-os a verificar se há necessidade de buscar ajuda especializada.
Dentre as alterações comuns estão o atraso para começar a falar, falar trocando ou omitindo letras, falar com projeção da língua – a conhecida “Língua presa”, gaguejar, ou ainda falar com vocabulário e frases muito simples.
Diante disto os pais devem verificar se as crianças estão sendo estimuladas devidamente, se há outras pessoas na família que também tiveram dificuldades para falar, verificar se parecem escutar bem, ou se apresentam outros problemas associados como dificuldades para aprender, problemas respiratórios, dentre outros.
Há muito que pode ser feito pelos próprios familiares. Eles devem conversar e ouvir a criança, demonstrando interesse. Não se deve falar por ela ou antecipar seus desejos, e nem atender de imediato a seus gestos, e sim estimular para que fale. É importante que haja um esforço para se entender a fala dela. Fornecer um modelo de fala adequado é fundamental e diante das palavras pronunciadas inadequadamente pela criança, estas devem ser repetidas corretamente pelos pais, porém sem qualquer comportamento de repreensão, ou cobrança pela emissão correta. Cantar, contar histórias, fazer brincadeiras que envolvam sons pode fazer com que a criança se interesse por falar.
Se a criança persistir com dificuldades para falar é importante procurar um fonoaudiólogo para que este faça uma avaliação e possa orientar a família adequadamente ou desenvolver um programa terapêutico especializado. Falar bem é muito importante e há muito que pode ser feito para isto. Todo investimento deve ser feito para que nossa criança se desenvolva dentro de todo seu potencial.

Marisa de Sousa Viana Jesus
- Fonoaudióloga clinica atuando na Aprendizagem e Cia,
- Mestre e Doutoranda em Lingüística pela Universidade Federal de Minas Gerais,
- Professora do Curso de Fonoaudiologia do Centro Universitário Izabela Hendrix
- Professora do Curso de Especialização em Motricidade Orofacial da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,
- Fonoaudióloga do Centro de Tratamento e Reabilitação de Fissuras Labiopalatais e Deformidades Craniofaciais - CENTRARE (PUC Minas/Hospital da Baleia).

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