sábado, 29 de agosto de 2009

A NECESSIDADE DA ESCOLA DE PAIS


Por: Ângela Mathylde Soares

“Educar é permitir que o outro desenvolva suas faculdades na medida de suas necessidades e de seus interesses”. Paulo Freire

Meus amigos, educar o meu filho não é fazer dele um grande homem. Muitos pensam assim, mas não é isso. Educar é permitir que o nosso filho faça, cresça, desenvolva a si mesmo. Construa a si mesmo!
O nosso papel na educação de nossos filhos não é de fazedor, de ajudador. Quem tenta fazer do outro alguma coisa, deforma-o.
A vida brinca com a gente . Inicialmente o homem tinha tempo suficiente para viver junto com seus filhos, portanto, permitir que eles, os filhos, assistissem e participassem de seus atos, suas ações, seus comportamentos. O homem, era nessa época, o modelo na formação de seus filhos. Naquela época os filhos tinham em seus pais o espelho para sua formação, caminhavam sobre os rastros de seus pais. O pai fazia, o filho via e aprendia a fazer. Naqueles tempos não se castigavam os filhos. O filho via no pai a autoridade e respeitava (“bastava que o meu pai olhasse para mim!”). Com a instalação da modernidade, o homem não tem mais tempo de conviver com seus filhos o suficiente para ser modelo, e, por isso, foi artificializando a criação . Invento-se uma instituição para transmitir ensinamentos e a ela deu-se o nome de escola. E cada vez mais cedo encaminha seus filhos para essa instituição. Essa criação, que surgiu para seu auxiliar, hoje desempenha, muito freqüentemente, um papel importante que os próprios pais. Inventou-se a babá, que é pai mais tempo do que pais naturais. Hoje quem mais cuida de uma criança é a televisão o computador enquanto os pais lutam pelo sustento da família, matando um leão pôr dia.
E o mais complicado, meu caro amigo, é que ser pai não existe escola. Não existe um curso que, sendo aprovado, recebe um diploma autorizando a ser pai. Tem-se que improvisar a cada dia, a cada momento. E improvisar, sabemos, é arriscar. E arriscar numa missão de tamanha importância é complicado. O preço do desacerto é enorme, é irreversível.
Não somos culpados de sermos pais pôr tempo insuficiente para nossos filhos. Somos muito mais vítimas do que culpados. Agora, temos que ser dedicados, estarmos atentos e disponíveis na medida da disponibilidade de cada um. “Mais vale um minuto de boa qualidade, do que uma hora de má qualidade.”
Se não é dos pais o dever de fazer, é o de ajudar. Se não é o de educar, é o de facilitar. Se não é o de levantar o filho que caiu, é o de estimular para que ele se levante.

“Em relação aos filhos, é melhor chegar um ano antes do que um minuto depois”. (Paul Eugene Charbonneau)

Mas como saber o momento certo? Fique atento, meu amigo. Ensina-nos os mais iluminados que, em matéria de educação de filhos, é melhor chegar um ano antes do que um minuto depois. Tomara que você chegue ao seu filho um ano antes dele experimentar a droga, dele se prostituir, dele roubar, do que um minuto depois. E para que se chegue antes, é indispensável que você esteja atento, disponível, envolvido.
Quero, neste momento, lhe passar uma experiência de vida que, para mim, funcionou: envolva-se com outras famílias que têm as mesmas dificuldades. Pais com filhos em idades diferentes que as dos seus. Pais que convivam bem entre si e que experimentaram experiências e que, acertando ou não, podem compartilhar acertos e desacertos. A troca de aprendizados é a única universidade de que dispomos para permitir que nossos filhos conduzam suas naus a mares mais seguros.
Participe da Escola de Pais , lugar de reflexão ,trocas , ensinamento e intervenção.

Ângela Mathylde Soares
Professora, pedagoga,psicopedagoga ,psicanalista,escritora
Mediadora do PEI 1 e 2 ,scrrenner da síndrome de Irlem-Hospital de olhos
Mestre e Doutora em psicanalise

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